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Elas são as mães:
rompem do inferno, furam a treva,
arrastando
os seus mantos na poeira das estrelas.
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Animais sonâmbulos,
dormem nos rios, na raiz do pão.
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Na vulva sombria
é onde fazem o lume:
ali têm casa.
Em segredo, escondem
o latir lancinante dos seus cães.
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Nos olhos, o relâmpago
negro do frio.
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Longamente bebem
o silencio
nas próprias mãos.
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O olhar
desafia as aves:
o seu voo é mais fundo.
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Sobre si se debruçam
a escutar
os passos do crepúsculo.
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Despem-se ao espelho
para entrarem
nas águas da sombra.
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É quando dançam que todos os caminhos
levam ao mar.
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São elas que fabricam o mel,
o aroma do luar,
o branco da rosa.
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Quando o galo canta
Desprendem-se
para serem orvalho.
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2 comments:
Falando em mulher....
beijos
della
ficam guardados!
:-)
beijinhos, mt
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