«Uma das indigências dos nossos dias é a que se refere ao amor. Não é que não exista, só que a sua existência não encontra um lugar, acolhimento, na própria mente e até na alma de quem por ele é visitado... No espaço ilimitado que, em aparência, a mente de hoje abre a toda a realidade, o amor tropeça em obstáculos, em barreiras infinitas. E tem de justificar-se e dar razões sem fim, e tem de resignar-se, finalmente, a ser confundido com a multidão dos sentimentos ou dos instintos, se não aceita esse lugar obscuro da “libido”, ou ser tratado como uma doença secreta, de que teríamos de nos libertar. (...) (p. 224).
María Zambrano,”Para uma história do amor”
In O Homem e o Divino. Lisboa,Relógio D’Água Editores, 1995: Cap. III.
María Zambrano,”Para uma história do amor”
In O Homem e o Divino. Lisboa,Relógio D’Água Editores, 1995: Cap. III.
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