quinto poema de amor, Neruda

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Para que tú me oigas
mis palabras
se adelgazan a veces
como las huellas de las gaviotas en las playas. .
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Collar, cascabel ebrio
para tus manos suaves como las uvas. .
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Y las miro lejanas mis palabras.
Más que mías son tuyas.
Van trepando en mi viejo dolor como las yedras. .
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Ellas trepan así por las paredes húmedas.
Eres tú la culpable de este juego sangriento. .
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Ellas están huyendo de mi guarida oscura.
Todo lo llenas tú, todo lo llenas. .
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Antes que tú poblaron la soledad que ocupas,
y están acostumbradas más que tú a mi tristeza. .
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Ahora quiero que digan lo que quiero decirte
para que tú las oigas como quiero que me oigas. .
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El viento de la angustia aún las suele arrastrar.
Huracanes de sueños aún a veces las tumban. .
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Escuchas otras voces en mi voz dolorida.
Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas.
Amame, compañera. No me abandones. Sígueme.
Sígueme, compañera, en esa ola de angustia. .
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Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras.
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas. .
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Voy haciendo de todas un collar infinito
para tus blancas manos, suaves como las uvas. .
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Pablo Neruda
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Nota, aqui :
«Esta obra fue escrita por Pablo Neruda Publicada originalmente en Santiago de Chile por Editorial Nascimento © 1924 Pablo Neruda y Herederos de Pablo Neruda. Encontrado acoli».
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Poema V

Para que tu me oiças
As minhas palavras
Adelgaçam-se por vezes
Como o rasto das gaivotas sobre as praias..
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Colar, guizo ébrio
Para as tuas mãos suaves como as uvas..
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E vejo-as tão longe, as minhas palavras.
Mais que minhas são tuas.
Vão trepando pela minha velha dor como a hera..
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Elas trepam assim pelas paredes húmidas.
Tu é que és a culpada deste jogo sangrento.
Elas vão a fugir do meu escuro refúgio.
Tu enches tudo, amada, enches tudo...
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Antes de ti povoaram a solidão que ocupas,
E estão habituadas mais que tu à minha tristeza..
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Agora quero que digam o que eu quero dizer-te
Para que tu me ouças como quero que me ouças..
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O vento da angústia ainda costuma arrastá-las.
Furacões de sonhos ainda por vezes as derrubam.
Tu escutas outras vozes na minha voz dorida.
Pranto de velhas bocas, sangue de velhas súplicas.
Ama-me, companheira. Não me abandones. Segue-me.
Segue-me, companheira, nessa onda de angústia..
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Mas vão-se tingindo com o teu amor
as minhas palavras.
Ocupas tudo, amada, ocupas tudo..
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Vou fazendo de todas um colar infinito
Para as tuas brancas mãos, suaves como as uvas..
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Pablo Neruda Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada .
Tradução Fernando Assis Pacheco. Publicações Dom Quixote..
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